terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Hanamoto

Que inveja de crianças que podem fazer aquele escândalo daquele jeito

"Mas você pode também. Pode gritar e se desesperar se você tiver vontade."

Não posso. Não quero que você deixe de gostar de mim.

"Eu nunca iria deixar de gostar de você. Pode dizer o que quiser, eu não vou me chatear."

Eu não posso. Eu tenho medo... Medo de não conseguir parar.
Não conseguir fazer...
Eu tenho tanto medo de que...

domingo, 12 de dezembro de 2010

Takemoto

Provavelmente todos pensavam a mesma coisa.

Mas ninguém colocava em palavras.

Ninguém tocou no assunto...


"Este ano está meio solitário"

...Porque todos sentiam que sofreriam com isso.

"Por que será...
...Que sou eu...
...Que estou aqui agora?

Naquele dia...
...Senti que aquela...
...Seria a última vez que nos reuniríamos."


Quem devia estar aqui não está.

"Mas...
...A imagem que eu tinha em meu coração naquela hora...
...Era de que, neste Natal..."


Enquanto uma pessoa que tanto faz estar ou não aqui...

"Eu é que...
...Não estaria aqui com eles."


...Está neste lugar, levando um pedaço de bolo à boca.

Meu Deus, por que será que o mundo...

...É assim tão complicado?



Honey & Clover, Capítulo 31.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Seu corpo pesava e doía. E era só nisso que pensava.
Ela não tinha equilíbrio. Tudo girava em volta dela. Não podia saber se estava em pé ou deitada. Ou sentada, ou de bruços.

Ela se sentia apenas um boneco sem vontades. Consumida e jogada fora. Tentava piscar para se aproximar da realidade. Tentava continuar, mesmo querendo morrer ali e agora.

Sua atenção se desviou da dor que sentia e começou a sentir outras coisas. Sentiu aquele cheiro. Estava impregnado nela, fazendo-a vomitar. O cheiro a ocupava sem seu consentimento, assim como seu dono também a tinha ocupado.

Sem conseguir se mover, revivia as cenas de desespero, fazendo-a quase beirar a insanidade.
Só a lembrança das minhas mãos sujas de sangue me apavora.
O desespero me impede de seguir em frente.
Os olhos arregalados vasculham qualquer sinal de movimento à minha volta.
Como eu vou saber quando é a hora de desistir?

Minha consciência vagueia enquanto forço outro passo, mas minha energia não existe mais.
Desespero é tudo que me vem à mente.
Não adianta mais chorar, mesmo que adiantasse, as lágrimas não existem mais em meu corpo.

Como eu fui cair nessa emboscada?

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Lama



Não, não dê mais tantas voltas, não.
Se chicoteia assim por qualquer perdão.
Todo esse teatro não impressiona
Por maior que seja sua recompensa
Não se importe tanto assim
Com sua imagem decadente enfim.
Nada adianta depois se lamentar
Por maior que seja sua displicência.
Volta, ou vai embora, meu amor.
Sem ameaças ensaiadas na frente do espelho.
O caminho mais fácil nem sempre é melhor que o da dor.
Dê uma chance pra vida te mostrar
Um jeito menos doloroso de se despedir.
Não seja assim tão dura com as palavras.
Lave bem as suas mãos antes de se decidir.
Tira essa lama das botas
Antes de me dar as costas.

sábado, 27 de novembro de 2010

Eu estou sempre observando você aí no alto.
Você que está em cima de seu pedestal de ouro, com esse olhar triste. Olhar de quem sabe o futuro observando o passado.
Você está vendo o que você acha que é o fim. Toda essa dor e imundice mergulhada em sangue e suor. E você observando tristemente como se tudo fosse inevitável, como se fosse incurável. Que tudo que você pode fazer é sentir pena.

Pois eu sinto pena de você.
Com essa sua arrogância inútil de quem acha que entende tudo.

Você não entende! Você não vê?

O mundo é muito maior que isso. O universo é muito maior que você.
Você estava tão preocupado em julgar os olhos vendados dos outros que não teve tempo de abrir os seus.
Não teve tempo de olhar os corações das pessoas. Não teve tempo de entendê-los.

Como você pode ver o mundo desse jeito?
Eu não posso te forçar a ver como eu vejo, mas suas lentes são cruéis demais!
Como você pode viver tão conformado? Como pode viver sem esperança?

O mundo gira, meu amigo.
E em breve essas correntes não nos prenderão mais.

O futuro vai muito além do seu veredicto de ponto final.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Eu achei que deveria falar.
Alguma coisa, qualquer coisa que pudesse fazer sentido e que mudasse alguma coisa.
Qualquer coisa.

Eu fiquei um tempo procurando e medindo as palavras, meio que esperando o momento certo.
Então percebi que não havia momento certo.
Havia simplesmente o tempo passando e a distância aumentando.

E as palavras não se formavam, eu não sabia o que dizer enquanto você partia.

Não soube nem dizer "adeus".

domingo, 31 de outubro de 2010

O Amor... O Amor é...




Saí do cinema com aquelas histórias na cabeça. Um filme sobre a vida, um filme sobre o Amor.

Mesmo sendo um filme de muito tempo atrás, não mudou muita coisa.
A vida não muda muito porque as pessoas não mudam muito.
Nada muda muito.
Nem o amor. Com todas as suas formas, o amor é o mesmo. As pessoas é que mudam de amor. E o amor também muda de pessoas. Mas um não vive sem o outro.

É como um quadro, sempre a mesma cena, mas com os detalhes mudando suavemente. Como se nada mudasse de verdade, só você que pensa diferente.

É engraçado como as histórias e os finais são sempre os mesmos e o amor, que também é sempre o mesmo, que muda tudo. Como se de repente você olhasse o quadro de forma diferente.

E cada pessoa é um quadro. Todos andam por aí, desembestados, vivem esbarrando suas molduras uns nos outros.

Como é difícil falar de amor sem falar de pessoas. Não dá. É tão fácil trocar amores por pessoas. E pessoas por amores...

Talvez não me seja permitido escrever sobre amor. Mas talvez todos devessem.

São tantos amores que preenchem nossas vidas. Amores que ficam, amores que vão. Amores que nunca vem. Amores que só existem dentro da gente, amores que se propagam. Amores que agridem e que curam, que prendem e que libertam. Amores que nos fazem sorrir e que nos fazem chorar.

Tudo é motivo para amar.

Talvez eu seja feliz porque percebi que tudo é capaz de me despertar o amor. Basta olhar e perceber os detalhes, e tudo se transforma. E você se pergunta como nunca tinha visto as coisas daquele jeito. E de repente tudo se transforma de novo. Cada vez ficando mais belo, cada vez ficando mais diferente, sem mudar quase nada.

E cada vez que o tempo vai passando e tudo vai piorando, mais eu percebo o quanto sou capaz de amar mais e mais.

Todos somos.

Mas talvez nem todos percebam isso.

Porque o amor... o amor é foda.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Um momento, por favor.

Aquele momento que te faz prender a respiração. Não porque uma coisa muito boa aconteceu, mas porque se sabe que qualquer movimento em falso será o fim. Ou o começo do fim.

Um pouquinho de auto-controle não faz mal a ninguém.
Controle. Poder controlar seu próprio corpo e mente parece ser mais difícil do que controlar as milhares de coisas que poderiam estar sob seu poder.

Depois que o momento passar, você pode respirar fundo, recobrar as forças de suas pernas bambas e continuar vivendo sua vida.

Se possível evite olhar para trás. Pode trazer consequências desastrosas.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Rain Princess




By Leonid Afremov

quinta-feira, 7 de outubro de 2010


Foi no enterro do meu pai quando eu a vi pela primeira vez. De início eu achei que ela fosse um anjo, assim como todos aqueles seres iluminados que cercavam o lugar. Mas logo percebi a força de seu toque e vi que ela era como eu.

Era filha de uma amiga da minha mãe. Eu a encontrei poucas vezes desde então, podia contar nos dedos. Até 11 anos depois do nosso primeiro encontro, quando descubro que estudaríamos na mesma sala.

Pela segunda vez, eu achei que ela fosse um anjo.

Vocês devem estar achando que eu sou meio maluco, meio obsessivo com essa coisa de anjos, mas acontece que eu realmente posso vê-los. Eles estão em toda parte, sempre influenciando tudo, às vezes para o bem, às vezes para o mal. Já vi um anjo sussurrando para um cara que tinha assaltado um ônibus segundos antes do cara atirar em uma garota. Também vi um anjo entrando na ambulância que viera buscá-la e no dia seguinte descobri que ela tinha sobrevivido.

Foi quando essa garota, que quase tinha morrido, se sentou e perto de mim e abriu aquele sorriso que eu percebi que estava apaixonado.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Vs. Lua

Fazia algum tempo que não saia de casa.
As pessoas diziam que era depressão. Eu dizia que era porque não precisava.
Na verdade era porque eu não estava pronta. Talvez fosse mesmo por causa da depressão.
Não conseguia saber se tinha coragem ou não, então, naquela noite, resolvi sair.

Um passo atrás do outro, estava sendo realmente difícil. Quando foi que esse caminho tão conhecido se tornou tão longo? Porque eu estava tremendo e suando ao mesmo tempo?
E poderia ser melhor se as pessoas não insistissem em olhar para mim.

"Elas sabem? Por acaso tá estampado na minha cara a total estranha que eu era naquele lugar naquele momento?
Por favor! Parem de olhar para mim!"

Quase não conseguindo segurar as lágrimas e o medo, olhei para o que mais me acalmava.
Procurei a Lua.

E lá estava ela, com aquele sorriso estampado na cara.
Aquele sorriso sarcástico. A filha-da-puta ainda tava zombando de mim.

"Você está com medo?
Você pode correr.
Pode se esconder.
Ou pode ficar e lutar.
Mesmo sabendo que irá perder.
Pode procurar uma solução, procurar ajuda, espernear, gritar.
Desista.
We're all mad in here."

Já com as lágrimas passeando pelo meu rosto, corri para casa.
Corri para o quarto, me afundei na cama que me deu abrigo integral por todas aquelas semanas.

Lá fora, no Céu, A Lua corria para se afundar numa nuvem.
E logo suas lágrimas escorreram pelo seu sorriso malvado, despencando da nuvem encharcada.
A Lua estava mais triste que eu. E eu não percebi.
Mesmo com as cortinas fechadas, eu podia ouvir o barulho da chuva na janela.
E mesmo assim não percebi.

"Bem-vinda ao clube." Ela disse.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Esse Céu Azul





Esse Sonho. Sempre o mesmo Sonho.
Olhando para cima. Essa mistura de azul e branco que sempre me atrai.
Que sempre me puxa pra cima.
Eu estava correndo por cima dos prédios.
Nunca fugindo, mas sempre perseguindo.
Olhando para cima.
O que eu estava perseguindo?



Eu olhava para baixo. Aquela mistura de verde e azul que sempre me atrai.
Com somente o horizonte limitando meu espaço.
Eu ia pulando as ondas que se formavam em volta de mim.
Eu me divertia com toda aquela revolta e beleza.
De que eu estava rindo?



Eu olhava para frente. Aquela mistura de cheiros, barulhos e toques que sempre me atraem.
Com meu cabelo balançando feliz com todas essas sensações.
Fechei meus olhos. Não havia nada para ver.
Podia somente sentir.
Parada no nada, apenas esperando.
O que eu estava esperando?


Esse Sonho que contém todos os meus sonhos.
É esquisito, né?


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Onze meses

Passando por esse corredor que me faz pensar muito nas coisas.
Com essas paredes cheias de fotos de um passado sorridente. Por que me fazem chorar agora?
Todas essas pessoas sorrindo nessas fotos, pessoas que talvez não estejam no meu futuro.

Já vejo o final do corredor agora. Depois de meses caminhando nele.
Eu me despeço dessas pessoas sorridentes, digo um 'até logo'.
Porque talvez a gente se encontre num próximo corredor.

sábado, 24 de julho de 2010

Deeply Love

Eu preferia morrer afogado ou queimado. Preferia ter meus dedos arrancados um por um. Eu preferia passar a eternidade sofrendo a mais forte dor do que assistir as lágrimas escorrendo daquelas olhos angelicais mais uma vez.

É errado, caótico, inaceitável que alguém pudesse causar tanta tristeza num ser tão belo e puro como aquele. Quem foi o maldito, desgraçado que a fez chorar? Enquanto a raiva e o ódio cresciam em meu peito eu imaginava as mais terríveis torturas, as vinganças mais maldosas que poderiam ser cometidas contra o verme que transformou o rosto mais feliz do mundo em um rosto triste e choroso.

Porque, para vê-la feliz e saudável eu seria capaz de lutar contra todos e vencer todos os Deuses. Eu prometi para mim mesmo, no dia em que a conheci, que faria o que fosse possível para protegê-la.

Porque eu a amo.

E quando meu ódio dominava quase todo meu corpo, ela me olhou com aqueles olhos vermelhos e inchados, ela abriu aquele sorriso que só ela sabia dar e me abraçou enquanto dizia:

"Mas não importa o que aconteça, vai dar tudo certo porque tenho você ao meu lado. Eu te amo."

Aquele monstro sumiu de dentro de mim e eu me senti a pessoa mais feliz do mundo.

__

Nem preciso dizer que acabei de ler Eensy-Weensy Monster, né? ^^

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Last Night on Earth

Tinha aquela luz que me cegava e aquele barulho que me ensurdecia.
Mas mesmo assim eu continuei lá.
Minha pressão caia, meu estômago pedia alimento, o chão de vez em quando sumia dos meus pés.
Mas eu continuei parada lá.
Sem conseguir nem mesmo me mover conforme a música que tocava enquanto sentia aqueles sons graves ressoando no meu corpo.
E eu não queria sair de lá.
Apenas ficava um pouco afastada, não muito, para que nossos corpos pudessem se tocar de vez em quando, assim, sem querer.
Ficava sempre um pouco atrás e o observava.
Sonhando com aquele abraço que me aquecia.
Aquelas mãos quentes segurando a minha mão.
Sonhando que podia encarar seus olhos sem desviar meu olhar, sem ficar nervosa.
E eu ficava lá, parada, lembrando dos meus sonhos enquanto o observava.
Porque isso era tudo que eu podia fazer. Observar.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Last Tango, Then Paris

É isso.

Esse é o último momento para dramas e problemas.

Hora de achar outros dramas e problemas. Dessa vez num nível mais alto ;)
E principalmente diversão.

Não adianta seguir em frente se você não se diverte com o que faz.
Não dá pra ser feliz sem ser assim.

Já arrumei minhas malas e decidi meu caminho.
Já sei exatamente para onde e vou e como vou chegar lá.

Respiro fundo antes de dar o primeiro passo, na bagagem meu passado e minhas experiências. Boas memórias que não quero esquecer, mas com muito espaço ainda para coisas novas.

And here we go.
To have fun.
:)

Manhã fria

Sentada no degrau daquela escada, vendo as mesmas pessoas, nos mesmos passos, naquele mesmo horário. Eu já me sentia fazendo parte daquele cenário, assim como cada um que passava ali das quinze para as sete até as sete e cinco. Já conhecia bem cada uma daquelas pessoas. Será que eles também pensam assim ao meu respeito?
Lembro da estranha solidária que se aproximou de mim enquanto eu chorava naquele ponto de ônibus, lembro-me de ter contado todos os detalhes dos meus problemas para ela, e ela ali sentada, me ouvindo, me dando coragem para entrar naquele ônibus, me oferecendo até o dinheiro da passagem.
Minha conversa com ela foi provavelmente a mais sincera que eu já tive a minha vida toda, e ela nem me disse seu nome.

Todas essas pessoas que estão ali, das quinze para as sete até as sete e cinco, quais são os problemas delas? Quais são seus medos? Com quem elas brigaram semana passada? Precisam de ajuda? De dinheiro?

Você sente aquela ligação, sente que faz parte já da vida da pessoa, mesmo compartilhando vinte minutos no mesmo local, e quando aquela pessoa desaparece, você simplesmente se perde. Se sente vazia, como se um amigo próximo ou parente tivesse morrido.

Por isso eu tento falar, conversar, conhecer todas as pessoas que me cercam.
Quero ouvir suas histórias, reclamar do tempo, comentar o jogo do Brasil, que seja. Tornar cada ligação mais e mais forte.
Ligações fortes não se soltam.

okay, esse texto nem faz sentido.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Wonderland pt 2.

Sentada naquela pedra, como todos os dias, ela esperava.
Ouvindo seu mp3, procurando o livro que estava lendo na sua mochila.
Enquanto as pessoas passavam, as crianças brincavam na praça, ela observava tudo calmamente.

Passado um tempo, ela olhou o relógio, já estava impaciente. Olhou mais uma vez em volta e então levantou com um pulo. Tinha visto algo se mexendo entre os arbustos.

-Chess?

-Olá - O Gato tinha se revelado então. Tirando o fato de que ele falava, era tão real quanto você ou eu. Mesmo tento aquele estranho ar de quem sempre zomba de tudo. - Que bom encontrar você por aqui.

-Você falou com ela?! Eu tenho a permissão?!

O gato continuou andando, e a menina teve que correr atrás dele, enquanto pausava a música que estava ouvindo.

-Chess?

-Por que você quer ir para lá? As coisas são mais naturais aqui.

-Porque lá é mais divertido. Aqui eu...

-As coisas são perigosas por lá.

-Valeria a pena! Você não sabe o que eu sofro aqui! Não faz sentido! As pessoas hoje em dia estão muito malucas!

-É engraçado você dizer isso - O gato parou e olhou para a menina, era quase como se ele estivesse abrindo um enorme sorriso - Não importa para onde você fuja, sempre haverá pessoas malucas.

-As pessoas malucas daqui não são tão interessantes.

O Gato ficou olhando pra ela por um instante, então continuou caminhando. - Está bem, siga-me.

Ele atravessou a rua, ela foi atrás, mas, ao invés de chegar na outra calçada, ela se viu pisando em um gramado, quando olhou para os lados, só pode ver árvores e mais árvores. E ainda tinha perdido o gato de vista.

-Chess?!?!

A cabeça de um gato surgiu mais a frente. - Você não vem?

Quando já podiam avistar um jardim bem cuidado com um grupo animado tomando chá em uma mesa enorme a menina perguntou:
-Eu preciso mesmo voltar?

-Não mais... - disse o gato antes de desaparecer.

Longe dali, uma menina tinha sido atropelada por não prestar atenção enquanto atravessava a rua.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Artemis

Tudo era uma confusão de barulho e luzes.
E pessoas. Muitas pessoas. Não conseguia andar reto sem esbarrar em ninguém. E eu duvido que ela tenha conseguido andar reto mesmo num salão vazio, devido ao seu estado alcoólico.
Conseguiu chegar ao banheiro, lavou o rosto e sentou na borda da banheira.
- Ei! Você tá legal?
- Achei que tivesse trancado a porta do banheiro... - então ela subiu o olhar até o rosto da pessoa e levantou de repente - ARTEMIS?!
- Hum.. não.. meu nome é Felippe.
- Não! Artemis! Você me emprestou Artemis Fowl na quinta série!
O garoto riu, meio sem graça.
- Nunca passou pela minha cabeça que você se lembraria.
- Você não voltou no ano seguinte, você nunca mais apareceu lá na escola.
A garota se sentiu fraca, suas pernas não conseguiam mais aguentar seu peso. Ele evitou que ela caísse no chão.
- Por que você não voltou...?
Então ela caiu no sono.

Desejos pt.2


Eu meio que queria querer alguma coisa.
Qualquer coisa.
Desejar algo, nem que seja só por um dia, por uma hora.
Nem que seja pra desdesejar do nada e deixar todo mundo confuso.

Aí eu desejei.
Durou só um dia. Uma hora, talvez.
Mas quando eu fui desdesejar, eu vi um problema.

Então eu resolvi não desejar mais nada, nunca mais.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Wonderland


O Gato apenas sorriu quando viu Alice. Ele parecia bem natural, ela pensou, e tinha garras muito longas e muitos dentes grandes, assim ela sentiu que deveria tratá-lo com respeito.
“Gatinho de Cheshire”, começou, bem timidamente, pois não tinha certeza se ele gostaria de ser chamado assim: entretando ele apenas sorriu um pouco mais. “Acho que ele gostou”, pensou Alice, e continuou. “O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?”
“Isso depende muito de para onde você quer ir”, respondeu o Gato.
“Não me importo muito para onde...”, retrucou Alice.
“Então não importa o caminho que você escolha”, disse o Gato.
“...contanto que dê em algum lugar”, Alice completou.
“Oh, você pode ter certeza que vai chegar”, disse o Gato, “se você caminhar bastante.”
Alice sentiu que isso não deveria ser negado, então ela tentou outra pergunta.
“Que tipo de gente vive lá?”
“Naquela direção”, o Gato disse, apontando sua pata direita em círculo, “vive o Chapeleiro, e naquela”, apontando a outra pata, “vive a Lebre de Março. Visite qualquer um que você queira, os dois são malucos.”
“Mas eu não quero ficar entre gente maluca”, Alice retrucou.
“Oh, você não tem saída”, disse o Gato, “nós somos todos malucos aqui. Eu sou louco. Você é louca.”
“Como você sabe que eu sou louca?”, perguntou Alice.
“Você deve ser”, afirmou o Gato, “ou então não teria vindo para cá.”
Alice não achou que isso provasse nada afinal: entretanto, ela continuou: “E como você sabe que você é maluco?”
“Para começar”, disse o Gato, “um cachorro não é louco. Você concorda?”
“Eu suponho que sim”, respondeu Alice.
“Então, bem”, o Gato continuou, “você vê os cães rosnarem quando estão bravos e balançar o rabo quando estão contentes. Bem, eu rosno quando estou feliz e balanço o rabo quando estou bravo. Portanto, eu sou louco.”
“Eu chamaria isso de ronronar, não rosnar”, disse Alice.
“Chame do que você quiser”, disse o Gato.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Vista



shel-yang.deviantart.com


Sem palavras.
Não consegue dizer nada, perdeu a voz.
Tudo que ele sente é raiva.
No fundo, se arrepende, mas seu orgulho o domina.

Não consegue encará-lo.
Mas sabe que ele sente o mesmo.
Raiva e um arrependimento enrustido.

Os dois sabem o que sentem, mas não conseguem se olhar nem se falar.
Os dois sabem que é temporário,
que daqui a algumas horas estarão rindo e brincando.
Mas por agora, se odeiam.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Eu sou...

Eu sou uma filha da puta.

Eu simplesmente nao entendo o que eu mesma faço.
Eu apenas fico olhando e não acreditando no que eu fiz e sou capaz de fazer comigo mesma e com os outros.

Apenas observo e solto um "OMG O.O".

E tem essas vezes em que eu não consigo me controlar. Me deixo levar. Sem saber se tenho um caminho de volta.

Mas eu sou egoísta e só penso em mim mesma. Não quero saber do resto, não paro pra pensar no que as pessoas vão sentir.
Na verdade, eu paro sim, mas tudo que posso dizer é "I'm Sorry" com um olhar Waldorf/tia do clipe do P!ATD.


Talvez amanhã eu não seja mais assim.
Isso me faz querer muito mais aproveitar o hoje.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Eu me dei conta...

Eu me dei conta de que a minha vida é 70% pensada e 30% vivida. D:

domingo, 17 de janeiro de 2010

Eu vi um cara morto ontem.
com o corpo estendido no chão e muito sangue em volta.
Também tinha muita gente em volta.

Antes de vê-lo, eu perguntei pra uma moça o que tinha acontecido por ter tanta gente e carro de polícia e ambulâncias. De inicio achei que fosse uma batida, já que tinha um ônibus parado e um carro logo a frente, bem próximo.

Mas aí ela me disse que duas pessoas morreram, eu perguntei como e ela disse que dois bandidos foram assaltar o ônibus, teve perseguição policial e a polícia matou os dois bandidos.

Eu fiz o máximo pra nao transparecer o alívio quando soube que quem tinha morrido eram os bandidos e não as outras pessoas. Me senti meio mal por isso.

Continuei andando em direção a minha casa, quando surge uma brecha entre a multidão. Eu fiquei na dúvida se chegava perto pra ver ou se ia embora. Será que ia ficar traumatizada?
Só tinha um jeito de saber..

O que mais me chocou é que eu quase peguei aquele ônibus.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Desejos




Eu tenho desejado muitas coisas ultimamente.
Uns desejos eu consigo realizar, tem outros que eu preciso abrir mão.

Mas os piores desejos são aqueles impossíveis, que faz seu peito doer em cada respiração, em cada palavra ou pensamento.
Que te dá vontade de arrancar seu coração fora só para poder esquece-lo, esquecer essa dor.

"How I wish, how I wish you were here."

sábado, 9 de janeiro de 2010

tadan tadan tadan


Depois da bronca e dos gritos, eu finalmente levanto e cuspo tudo que tava preso em meu coração.
Lágrimas e Palavras.
Jogo pra fora todos os meus pensamentos, largo tudo no colo dela.
Todo o meu medo, desespero, dúvidas, ela ia recolhendo, ouvindo, secando meu rosto.
E ia falando, me mostrando o caminho, me dando escolhas.

Ela não é assim sempre, porque às vezes é ela que precisa cuspir as mágoas, e nem sempre eu estou lá pra segurar a mão dela.
Mesmo assim, ela sempre está quando eu preciso.
Sempre me dando colo.
Sendo forte por mim quando eu fraquejo.

teamomãe.

"O Mundo é dos fortes.
Então é função dos fortes puxarem os mais fracos e dar o ombro para eles chorarem."
______





sábado, 2 de janeiro de 2010

Nunca Vou Me Esquecer...


Do Maldito Tripé.

De correr para o Mar enquanto o Céu brilhava.

Da Bienal quase sem Meg Cabot

Dos Shows que eu nao fui

Das Pessoas que gostei e

Das Pessoas que deixei de gostar

Das Pessoas que conheci

Das Pessoas que se foram

Dos Eventos que eu fui

Dos Erros que cometi

Do Trabalho pesado

Dos meus Sonhos

Da minha Filha

De como eu fui Feliz