sábado, 27 de novembro de 2010

Eu estou sempre observando você aí no alto.
Você que está em cima de seu pedestal de ouro, com esse olhar triste. Olhar de quem sabe o futuro observando o passado.
Você está vendo o que você acha que é o fim. Toda essa dor e imundice mergulhada em sangue e suor. E você observando tristemente como se tudo fosse inevitável, como se fosse incurável. Que tudo que você pode fazer é sentir pena.

Pois eu sinto pena de você.
Com essa sua arrogância inútil de quem acha que entende tudo.

Você não entende! Você não vê?

O mundo é muito maior que isso. O universo é muito maior que você.
Você estava tão preocupado em julgar os olhos vendados dos outros que não teve tempo de abrir os seus.
Não teve tempo de olhar os corações das pessoas. Não teve tempo de entendê-los.

Como você pode ver o mundo desse jeito?
Eu não posso te forçar a ver como eu vejo, mas suas lentes são cruéis demais!
Como você pode viver tão conformado? Como pode viver sem esperança?

O mundo gira, meu amigo.
E em breve essas correntes não nos prenderão mais.

O futuro vai muito além do seu veredicto de ponto final.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Eu achei que deveria falar.
Alguma coisa, qualquer coisa que pudesse fazer sentido e que mudasse alguma coisa.
Qualquer coisa.

Eu fiquei um tempo procurando e medindo as palavras, meio que esperando o momento certo.
Então percebi que não havia momento certo.
Havia simplesmente o tempo passando e a distância aumentando.

E as palavras não se formavam, eu não sabia o que dizer enquanto você partia.

Não soube nem dizer "adeus".