sábado, 24 de julho de 2010

Deeply Love

Eu preferia morrer afogado ou queimado. Preferia ter meus dedos arrancados um por um. Eu preferia passar a eternidade sofrendo a mais forte dor do que assistir as lágrimas escorrendo daquelas olhos angelicais mais uma vez.

É errado, caótico, inaceitável que alguém pudesse causar tanta tristeza num ser tão belo e puro como aquele. Quem foi o maldito, desgraçado que a fez chorar? Enquanto a raiva e o ódio cresciam em meu peito eu imaginava as mais terríveis torturas, as vinganças mais maldosas que poderiam ser cometidas contra o verme que transformou o rosto mais feliz do mundo em um rosto triste e choroso.

Porque, para vê-la feliz e saudável eu seria capaz de lutar contra todos e vencer todos os Deuses. Eu prometi para mim mesmo, no dia em que a conheci, que faria o que fosse possível para protegê-la.

Porque eu a amo.

E quando meu ódio dominava quase todo meu corpo, ela me olhou com aqueles olhos vermelhos e inchados, ela abriu aquele sorriso que só ela sabia dar e me abraçou enquanto dizia:

"Mas não importa o que aconteça, vai dar tudo certo porque tenho você ao meu lado. Eu te amo."

Aquele monstro sumiu de dentro de mim e eu me senti a pessoa mais feliz do mundo.

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Nem preciso dizer que acabei de ler Eensy-Weensy Monster, né? ^^

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Last Night on Earth

Tinha aquela luz que me cegava e aquele barulho que me ensurdecia.
Mas mesmo assim eu continuei lá.
Minha pressão caia, meu estômago pedia alimento, o chão de vez em quando sumia dos meus pés.
Mas eu continuei parada lá.
Sem conseguir nem mesmo me mover conforme a música que tocava enquanto sentia aqueles sons graves ressoando no meu corpo.
E eu não queria sair de lá.
Apenas ficava um pouco afastada, não muito, para que nossos corpos pudessem se tocar de vez em quando, assim, sem querer.
Ficava sempre um pouco atrás e o observava.
Sonhando com aquele abraço que me aquecia.
Aquelas mãos quentes segurando a minha mão.
Sonhando que podia encarar seus olhos sem desviar meu olhar, sem ficar nervosa.
E eu ficava lá, parada, lembrando dos meus sonhos enquanto o observava.
Porque isso era tudo que eu podia fazer. Observar.