quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Seu corpo pesava e doía. E era só nisso que pensava.
Ela não tinha equilíbrio. Tudo girava em volta dela. Não podia saber se estava em pé ou deitada. Ou sentada, ou de bruços.

Ela se sentia apenas um boneco sem vontades. Consumida e jogada fora. Tentava piscar para se aproximar da realidade. Tentava continuar, mesmo querendo morrer ali e agora.

Sua atenção se desviou da dor que sentia e começou a sentir outras coisas. Sentiu aquele cheiro. Estava impregnado nela, fazendo-a vomitar. O cheiro a ocupava sem seu consentimento, assim como seu dono também a tinha ocupado.

Sem conseguir se mover, revivia as cenas de desespero, fazendo-a quase beirar a insanidade.

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