quinta-feira, 7 de outubro de 2010


Foi no enterro do meu pai quando eu a vi pela primeira vez. De início eu achei que ela fosse um anjo, assim como todos aqueles seres iluminados que cercavam o lugar. Mas logo percebi a força de seu toque e vi que ela era como eu.

Era filha de uma amiga da minha mãe. Eu a encontrei poucas vezes desde então, podia contar nos dedos. Até 11 anos depois do nosso primeiro encontro, quando descubro que estudaríamos na mesma sala.

Pela segunda vez, eu achei que ela fosse um anjo.

Vocês devem estar achando que eu sou meio maluco, meio obsessivo com essa coisa de anjos, mas acontece que eu realmente posso vê-los. Eles estão em toda parte, sempre influenciando tudo, às vezes para o bem, às vezes para o mal. Já vi um anjo sussurrando para um cara que tinha assaltado um ônibus segundos antes do cara atirar em uma garota. Também vi um anjo entrando na ambulância que viera buscá-la e no dia seguinte descobri que ela tinha sobrevivido.

Foi quando essa garota, que quase tinha morrido, se sentou e perto de mim e abriu aquele sorriso que eu percebi que estava apaixonado.

Nenhum comentário: