terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Hanamoto
"Mas você pode também. Pode gritar e se desesperar se você tiver vontade."
Não posso. Não quero que você deixe de gostar de mim.
"Eu nunca iria deixar de gostar de você. Pode dizer o que quiser, eu não vou me chatear."
Eu não posso. Eu tenho medo... Medo de não conseguir parar.
Não conseguir fazer...
Eu tenho tanto medo de que...
domingo, 12 de dezembro de 2010
Takemoto
Mas ninguém colocava em palavras.
Ninguém tocou no assunto...
"Este ano está meio solitário"
...Porque todos sentiam que sofreriam com isso.
"Por que será...
...Que sou eu...
...Que estou aqui agora?
Naquele dia...
...Senti que aquela...
...Seria a última vez que nos reuniríamos."
Quem devia estar aqui não está.
"Mas...
...A imagem que eu tinha em meu coração naquela hora...
...Era de que, neste Natal..."
Enquanto uma pessoa que tanto faz estar ou não aqui...
"Eu é que...
...Não estaria aqui com eles."
...Está neste lugar, levando um pedaço de bolo à boca.
Meu Deus, por que será que o mundo...
...É assim tão complicado?
Honey & Clover, Capítulo 31.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Ela não tinha equilíbrio. Tudo girava em volta dela. Não podia saber se estava em pé ou deitada. Ou sentada, ou de bruços.
Ela se sentia apenas um boneco sem vontades. Consumida e jogada fora. Tentava piscar para se aproximar da realidade. Tentava continuar, mesmo querendo morrer ali e agora.
Sua atenção se desviou da dor que sentia e começou a sentir outras coisas. Sentiu aquele cheiro. Estava impregnado nela, fazendo-a vomitar. O cheiro a ocupava sem seu consentimento, assim como seu dono também a tinha ocupado.
Sem conseguir se mover, revivia as cenas de desespero, fazendo-a quase beirar a insanidade.
O desespero me impede de seguir em frente.
Os olhos arregalados vasculham qualquer sinal de movimento à minha volta.
Como eu vou saber quando é a hora de desistir?
Minha consciência vagueia enquanto forço outro passo, mas minha energia não existe mais.
Desespero é tudo que me vem à mente.
Não adianta mais chorar, mesmo que adiantasse, as lágrimas não existem mais em meu corpo.
Como eu fui cair nessa emboscada?
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Lama
Não, não dê mais tantas voltas, não.
Se chicoteia assim por qualquer perdão.
Todo esse teatro não impressiona
Por maior que seja sua recompensa
Não se importe tanto assim
Com sua imagem decadente enfim.
Nada adianta depois se lamentar
Por maior que seja sua displicência.
Volta, ou vai embora, meu amor.
Sem ameaças ensaiadas na frente do espelho.
O caminho mais fácil nem sempre é melhor que o da dor.
Dê uma chance pra vida te mostrar
Um jeito menos doloroso de se despedir.
Não seja assim tão dura com as palavras.
Lave bem as suas mãos antes de se decidir.
Tira essa lama das botas
Antes de me dar as costas.
sábado, 27 de novembro de 2010
Você que está em cima de seu pedestal de ouro, com esse olhar triste. Olhar de quem sabe o futuro observando o passado.
Você está vendo o que você acha que é o fim. Toda essa dor e imundice mergulhada em sangue e suor. E você observando tristemente como se tudo fosse inevitável, como se fosse incurável. Que tudo que você pode fazer é sentir pena.
Pois eu sinto pena de você.
Com essa sua arrogância inútil de quem acha que entende tudo.
Você não entende! Você não vê?
O mundo é muito maior que isso. O universo é muito maior que você.
Você estava tão preocupado em julgar os olhos vendados dos outros que não teve tempo de abrir os seus.
Não teve tempo de olhar os corações das pessoas. Não teve tempo de entendê-los.
Como você pode ver o mundo desse jeito?
Eu não posso te forçar a ver como eu vejo, mas suas lentes são cruéis demais!
Como você pode viver tão conformado? Como pode viver sem esperança?
O mundo gira, meu amigo.
E em breve essas correntes não nos prenderão mais.
O futuro vai muito além do seu veredicto de ponto final.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Alguma coisa, qualquer coisa que pudesse fazer sentido e que mudasse alguma coisa.
Qualquer coisa.
Eu fiquei um tempo procurando e medindo as palavras, meio que esperando o momento certo.
Então percebi que não havia momento certo.
Havia simplesmente o tempo passando e a distância aumentando.
E as palavras não se formavam, eu não sabia o que dizer enquanto você partia.
Não soube nem dizer "adeus".
domingo, 31 de outubro de 2010
O Amor... O Amor é...
Saí do cinema com aquelas histórias na cabeça. Um filme sobre a vida, um filme sobre o Amor.
Mesmo sendo um filme de muito tempo atrás, não mudou muita coisa.
A vida não muda muito porque as pessoas não mudam muito.
Nada muda muito.
Nem o amor. Com todas as suas formas, o amor é o mesmo. As pessoas é que mudam de amor. E o amor também muda de pessoas. Mas um não vive sem o outro.
É como um quadro, sempre a mesma cena, mas com os detalhes mudando suavemente. Como se nada mudasse de verdade, só você que pensa diferente.
É engraçado como as histórias e os finais são sempre os mesmos e o amor, que também é sempre o mesmo, que muda tudo. Como se de repente você olhasse o quadro de forma diferente.
E cada pessoa é um quadro. Todos andam por aí, desembestados, vivem esbarrando suas molduras uns nos outros.
Como é difícil falar de amor sem falar de pessoas. Não dá. É tão fácil trocar amores por pessoas. E pessoas por amores...
Talvez não me seja permitido escrever sobre amor. Mas talvez todos devessem.
São tantos amores que preenchem nossas vidas. Amores que ficam, amores que vão. Amores que nunca vem. Amores que só existem dentro da gente, amores que se propagam. Amores que agridem e que curam, que prendem e que libertam. Amores que nos fazem sorrir e que nos fazem chorar.
Tudo é motivo para amar.
Talvez eu seja feliz porque percebi que tudo é capaz de me despertar o amor. Basta olhar e perceber os detalhes, e tudo se transforma. E você se pergunta como nunca tinha visto as coisas daquele jeito. E de repente tudo se transforma de novo. Cada vez ficando mais belo, cada vez ficando mais diferente, sem mudar quase nada.
E cada vez que o tempo vai passando e tudo vai piorando, mais eu percebo o quanto sou capaz de amar mais e mais.
Todos somos.
Mas talvez nem todos percebam isso.
Porque o amor... o amor é foda.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Um momento, por favor.
Um pouquinho de auto-controle não faz mal a ninguém.
Controle. Poder controlar seu próprio corpo e mente parece ser mais difícil do que controlar as milhares de coisas que poderiam estar sob seu poder.
Depois que o momento passar, você pode respirar fundo, recobrar as forças de suas pernas bambas e continuar vivendo sua vida.
Se possível evite olhar para trás. Pode trazer consequências desastrosas.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Foi no enterro do meu pai quando eu a vi pela primeira vez. De início eu achei que ela fosse um anjo, assim como todos aqueles seres iluminados que cercavam o lugar. Mas logo percebi a força de seu toque e vi que ela era como eu.
Era filha de uma amiga da minha mãe. Eu a encontrei poucas vezes desde então, podia contar nos dedos. Até 11 anos depois do nosso primeiro encontro, quando descubro que estudaríamos na mesma sala.
Pela segunda vez, eu achei que ela fosse um anjo.
Vocês devem estar achando que eu sou meio maluco, meio obsessivo com essa coisa de anjos, mas acontece que eu realmente posso vê-los. Eles estão em toda parte, sempre influenciando tudo, às vezes para o bem, às vezes para o mal. Já vi um anjo sussurrando para um cara que tinha assaltado um ônibus segundos antes do cara atirar em uma garota. Também vi um anjo entrando na ambulância que viera buscá-la e no dia seguinte descobri que ela tinha sobrevivido.
Foi quando essa garota, que quase tinha morrido, se sentou e perto de mim e abriu aquele sorriso que eu percebi que estava apaixonado.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Vs. Lua
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Esse Céu Azul
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Onze meses
Com essas paredes cheias de fotos de um passado sorridente. Por que me fazem chorar agora?
Todas essas pessoas sorrindo nessas fotos, pessoas que talvez não estejam no meu futuro.
Já vejo o final do corredor agora. Depois de meses caminhando nele.
Eu me despeço dessas pessoas sorridentes, digo um 'até logo'.
Porque talvez a gente se encontre num próximo corredor.
sábado, 24 de julho de 2010
Deeply Love
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Last Night on Earth
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Last Tango, Then Paris
Manhã fria
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Wonderland pt 2.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Artemis
Desejos pt.2
Eu meio que queria querer alguma coisa.
sexta-feira, 5 de março de 2010
Wonderland
O Gato apenas sorriu quando viu Alice. Ele parecia bem natural, ela pensou, e tinha garras muito longas e muitos dentes grandes, assim ela sentiu que deveria tratá-lo com respeito.
“Gatinho de Cheshire”, começou, bem timidamente, pois não tinha certeza se ele gostaria de ser chamado assim: entretando ele apenas sorriu um pouco mais. “Acho que ele gostou”, pensou Alice, e continuou. “O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?”
“Isso depende muito de para onde você quer ir”, respondeu o Gato.
“Não me importo muito para onde...”, retrucou Alice.
“Então não importa o caminho que você escolha”, disse o Gato.
“...contanto que dê em algum lugar”, Alice completou.
“Oh, você pode ter certeza que vai chegar”, disse o Gato, “se você caminhar bastante.”
Alice sentiu que isso não deveria ser negado, então ela tentou outra pergunta.
“Que tipo de gente vive lá?”
“Naquela direção”, o Gato disse, apontando sua pata direita em círculo, “vive o Chapeleiro, e naquela”, apontando a outra pata, “vive a Lebre de Março. Visite qualquer um que você queira, os dois são malucos.”
“Mas eu não quero ficar entre gente maluca”, Alice retrucou.
“Oh, você não tem saída”, disse o Gato, “nós somos todos malucos aqui. Eu sou louco. Você é louca.”
“Como você sabe que eu sou louca?”, perguntou Alice.
“Você deve ser”, afirmou o Gato, “ou então não teria vindo para cá.”
Alice não achou que isso provasse nada afinal: entretanto, ela continuou: “E como você sabe que você é maluco?”
“Para começar”, disse o Gato, “um cachorro não é louco. Você concorda?”
“Eu suponho que sim”, respondeu Alice.
“Então, bem”, o Gato continuou, “você vê os cães rosnarem quando estão bravos e balançar o rabo quando estão contentes. Bem, eu rosno quando estou feliz e balanço o rabo quando estou bravo. Portanto, eu sou louco.”
“Eu chamaria isso de ronronar, não rosnar”, disse Alice.
“Chame do que você quiser”, disse o Gato.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Vista
Sem palavras.
Não consegue dizer nada, perdeu a voz.
Tudo que ele sente é raiva.
No fundo, se arrepende, mas seu orgulho o domina.
Não consegue encará-lo.
Mas sabe que ele sente o mesmo.
Raiva e um arrependimento enrustido.
Os dois sabem o que sentem, mas não conseguem se olhar nem se falar.
Os dois sabem que é temporário,
que daqui a algumas horas estarão rindo e brincando.
Mas por agora, se odeiam.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Eu sou...
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
domingo, 17 de janeiro de 2010
com o corpo estendido no chão e muito sangue em volta.
Também tinha muita gente em volta.
Antes de vê-lo, eu perguntei pra uma moça o que tinha acontecido por ter tanta gente e carro de polícia e ambulâncias. De inicio achei que fosse uma batida, já que tinha um ônibus parado e um carro logo a frente, bem próximo.
Mas aí ela me disse que duas pessoas morreram, eu perguntei como e ela disse que dois bandidos foram assaltar o ônibus, teve perseguição policial e a polícia matou os dois bandidos.
Eu fiz o máximo pra nao transparecer o alívio quando soube que quem tinha morrido eram os bandidos e não as outras pessoas. Me senti meio mal por isso.
Continuei andando em direção a minha casa, quando surge uma brecha entre a multidão. Eu fiquei na dúvida se chegava perto pra ver ou se ia embora. Será que ia ficar traumatizada?
Só tinha um jeito de saber..
O que mais me chocou é que eu quase peguei aquele ônibus.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Desejos
sábado, 9 de janeiro de 2010
tadan tadan tadan
Depois da bronca e dos gritos, eu finalmente levanto e cuspo tudo que tava preso em meu coração.